A Diferença Entre Contratos de Editoras - Recicla Leitores

publicado em:15/03/20 5:38 PM por: Leonardo Vieira Dicas LiteráriasLéo Vieira

Eu odeio postar indireta, mas essa carapuça vai vestir muito bem naqueles  autores iniciantes que divulgam que fechou um “contrato editorial”, com um e emoji sorridente, só aguardando a enxurrada virtual de parabéns de colegas e blogueiros adicionados nas redes sociais. Daí você também se prepara para congratulá-lo, mas descobre que o que ele disse foi incoerente, mas também você não quer “jogar um balde de água fria”. Talvez o autor novato não entenda a diferença por ser leigo.

Outra ocasião, em um encontro literário, conheci pessoalmente uma colega virtual, também autora. Conversamos sobre nossos livros publicados e atividades literárias, mas ela girava no assunto de que havia um “contrato editorial” com a tal editora, mas que ela havia pago revisão, ilustração, diagramação, registros, lotes, além de cuidar pessoalmente da divulgação. Perguntei se era uma editora por demanda e ela até ficou contrariada, como que se aquilo fosse algo pejorativo.

Isso tem me preocupado porque parece uma mistura de ingenuidade com arrogância e pseudo-estrelismo. Independente de nossas vendas, todos nós, autores iniciantes, estamos no mesmo barco e também não custa nada um pouco mais de aprendizado e humildade.

Se você não quer mais cometer gafes literárias, nem se iludir ou ser iludido; nem passar por desinformado aprenda que ninguém fecha “contrato editorial” com EDITORA POR DEMANDA, e sim “contrato de prestação de serviços”. Há diferenças gritantes entre os dois contratos, assim como entre as editoras.

Contrato editorial: A editora investe em sua obra, com revisão, diagramação, arte da capa, registros de ISBN, Ficha Catalográfica e Código de barras; distribuição em livrarias, bancas e/ou lojas; publicidade, assessoria comercial, literária e jornalística; venda e repasse dos royalties.

Contrato de prestação de serviços: O autor que investe em todos os serviços gráficos, inclusive o lote. Não existe departamento de marketing ou vendas. O livro fica em exposição no site. A despesa dos serviços, lotes e a responsabilidade de vendas é totalmente do autor/cliente.

Editora por demanda somente nos oferece serviços gráficos. Se ela demonstrar que está oferecendo serviço editorial sem custo, porém cobrando sutilmente (“é grátis, mas você tem que comprar quinhentos livros”); ela então está te iludindo. Mas se você fecha contrato de prestação de serviços achando que editora é tudo igual, então você que se iludiu.

Ninguém é menos escritor pelo fato de investir em sua obra. Se você acredita em seu potencial, vá a luta, encomende o seu lote e desbrave o maravilhoso mundo literário. As editoras maiores enxergam números de vendas e por esse motivo, querem ver a sua luta.



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Leo Vieira é amante da Literatura e da Arte e já escreveu contos, crônicas, peças de teatro, letras musicais, enredos e roteiros de histórias em quadrinhos. É ator, escritor, produtor cultural, Capelão, Comendador, Bacharel, Mestre e Doutor em Teologia. É colaborador, membro e acadêmico em muitos sindicatos e associações literárias e Academias de Letras em vários Estados. É também Senador Acadêmico no Estado. O autor tem como compromisso, incentivar a literatura e a cultura nacional, fazendo intercâmbios com as associações em que participa e promovendo lançamentos, interações, oficinas de leitores e feiras literárias por todo o país.