A Viagem - Recicla Leitores
Acordei e precisei de você aqui perto, não te encontrei. Apenas o nosso gato chamado “Nino” estava presente olhando estranhamente e me agradando com seus carinhos.
Peguei a sua a sua fotografia e você estava belo, sorridente como quando nos conhecemos.
Nino subiu no meu colo e derrubou a foto. Ela caiu para baixo do armário. Me abaixei para pegar e encontrei uma moeda bem antiga e tinha meia cara de gato em cada lado.
Meus cabelos já estão brancos minha pele enrugada, mas meu coração continua o mesmo. Todo os dias as seis em ponto eu faço nosso encontro. Ponho a mesa do café e te espero ao meu encontro. Nino estava sempre presente e ele olhava a cadeira vazia como se tivesse alguém realmente lá.
Pego a estranha moeda que achei e coloco ao lado da xicara de café.
Anos se passaram e as suas coisas continuam no mesmo lugar . Meu coração continua arrumado só esperando a hora de você me chamar.
Nino vai até a moeda e empurra para mim.
Eu pego a moeda e olho atentamente. Duas metades de rostos de gato. Eu rodo a moeda e os rostos vão ficando inteiros e quando olho a moeda rodopiando eu vejo algo na sua cadeira. Eu vejo você.
Lindo e sorridente.
Nino mia e passa o seu corpo em nossas mãos.
Eu não acreditava no que via. A moeda estava rodando ainda e meu amado estava presente. Segurando a minhã mão e elogiando o café.
A moeda estava perdendo a velocidade e com isso, meu amado estava desaparecendo.
Nino sabia, de alguma forma que eu podia ver meu amado com a moeda. Deveria ser uma forma de ter uma visão de dois mundo diferentes.
Era uma moeda mágica. Eu precisava disso. De uma esperança. De saber que você estava bem e me esperava.
Eu ando novamente para a mesa. Você não estava, mas agora entendi o motivo, você estava arrumando o nosso canto.
Obrigada por me buscar.
Não importa o plano que você esteja o amor verdadeiro será eterno.
Miguel 1968 – morreu aos 26 Deborá, 2019 morreu aos -75 anos ⚰ .