A viagem sem volta - Recicla Leitores
Sentada em minha cama, olhava da janela, um céu límpido de nuvens brancas em formato de algodão.
Sorridente e contente eu te vi, na minha frente.
Um avião saiu das nuvens, brilhante, com luzes ofuscantes e muitas pétalas de rosas vermelhas começaram a cair.
Eu corri, corri para conseguir pegar.
Meu telefone toca ás quinze para as duas da madrugada, eu levanto e atendo atordoada recebo a ligação sim, eles diziam:
– Querida Ana! Desculpe ter que te tirar da sua cama. Mas a viagem do João, acabou de acontecer.
Eu respondo: Sim, eu sei! E o mais engraçado é que acabei sonhando que o João jogava flores do avião. Pétalas vermelhas caiam sobre as minhas mãos.
Não Ana, na verdade me parece que você teve um sonho, uma visão. O avião do joão acabou em explosão. As pétalas eram sangue dele vindo em sua direção.
Acabou, acabou… o João passou em seu sonho para te dizer um adeus, antes de ir para outro plano, outro céu.
Eu não acreditava no que estava ouvindo.
Mandei entregar flores para ele antes de embarcar e pedi pelo telefone que colocassem um cartão para proteger meu amado. Meu coração.
Antes de eu começar a pensar nesta tragédia de modo mais concreto, olhei para o chão direto e vi as pétalas vermelhas formando palavras com o vento.
Peguei o celular e tirei as fotos, pois o vento mudava as palavras formadas.
“João se protegeu. Está seguro e não faleceu”
Eu li a mensagem enviada pelas rosas.
As pétalas informaram mais.
“João está no quarto em seu colchão.”
Fui correndo para o quarto e era verdade. João estava bem e sem nenhum arranhão.
A explicação vinha das frases entregues com as rosas que estavam no cartão onde magicamente informava:
“Que as rosas te protejam
e sua vida se preserve
nas pétalas entre meus beijos, no meu abraço e na minha prece.”
Eu liguei para a floricultura para agradecer a proteção, pois graças a ela, tive de volta o meu João.
Porém nunca atenderam e nunca mais desta floricultura tive informação.
Co-autoria Maria Ferreira Dutra