Literatura e Futebol – Clube Atlético Mineiro

Estamos próximos da abertura do brasileirão 2019 e gostaria de saber se você é como a maioria dos brasileiros, apaixonado por futebol, ou é daqueles que não está nem aí para time nenhum. É daqueles que quando te perguntam qual o seu time você mais que depressa responde:  “-Sou Brasil”.

Independentemente de você ser ou não um apaixonado, vou te provar através de várias publicações, cada uma relacionada à um time da série A que disputará o campeonato brasileiro desse ano, que futebol combina sim com literatura. E hoje é dia de falar do Galo Doido, do alvinegro mineiro, do time impossível, do querido Clube Atlético Mineiro.

O Clube Atlético Mineiro nasceu na cidade Belo Horizonte em 25 de março de 1908 por um grupo de estudantes. Quase um ano depois, em 21 de março de 1909 disputou sua primeira partida oficial vencendo por 3 a 0 o Sport Club Foot-Ball e o primeiro gol da história do galo você, “-Sabe de Quem?”, como diria Luis Roberto em sua envolvente narração. Nada mais nada menos que Aníbal Machado. Isso mesmo meus amigos, anos depois ele se transformaria em um dos maiores escritores da literatura brasileira. Um craque na bola e na literatura. Mas antes de falar nele vamos continuar a falar um pouco mais do querido galo mineiro.

Em 30 de maio de 1929 o Atlético Mineiro inaugura o primeiro estádio de futebol de Minas Gerais, o Estádio Presidente Antônio Carlos, com capacidade para cinco meil pessoas. O estádio foi demolido em 1994 para construção do shopping Diamond Mall.

O galo, o mascote do clube, surgiu no finalzinho da década de 30 das mãos do chargista Fernando Pierucetti, o Mangabeira. 15 anos depois foi redesenhado. Porquê galo? O animal passa a imagem de raça e perseverança. Um galo de briga nunca se entrega e luta até a morte.  

Bom, falamos um pouquinho do clube, e já vimos que dentre todos os clubes o Atlético Mineiro é o que mais combina com literatura.  O primeiro gol da história foi marcado por um escritor jogador, ou um jogador escritor? Bom, vamos entender.

Magrelinho, de 14 anos de idade, Pingo era a grande esperança para aquele time recém-formado que enfrentava naquela tarde chuvosa de 1909 o Sport Club Foot-Ball, a primeira agremiação esportiva de Belo Horizonte. E o moleque não fez feio, meteu logo o primeiro gol da partida, o primeiro da história do galo e também o ultimo da carreira de jogador de futebol. O moleque de Sabará, queria jogar em outros gramados, e foi a luta, mas nunca esqueceu a sua paixão alvinegra. Pingo se transformou em Aníbal Monteiro Machado e logo ingressou na Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, atualmente a FND (Faculdade Nacional de Direito), uma unidade da UFRJ. Apenas 8 anos depois da memorável partida, tornou-se professor de História Universal e crítico de artes plásticas no Diário de Minas, onde trabalhou com o poeta Carlos Drummond de Andrade, que se tornaria um amigo fiel.

Chegou a ser em 1924 promotor público de Minas e no Rio de Janeiro, mas sentia a vocação para área jurídica, então deixou a promotoria parta ser professor de literatura no Colégio Pedro II.

Eleito em 1945 presidente da Associação Brasileira de Escritores e foi responsável por organizar o 1º Congresso Brasileiro de Escritores.

Apesar de já atuar no meio literário bem jovem o seu primeiro livro de contos, “Vida Feliz”, publicou quando tinha 50 anos de idade. Nesse livro encontramos obras-primas do conto brasileiro como “A Morte da Porta Estandarte”.

Os contos “A Morte da Porta Estandarte”, “Tati, a garota”, “O Iniciado do Vento” e “Viagem aos seios de Duilia” ganharam versão para o cinema na década de 60. Manoel Carlos adaptou vários contos de sua obra para telenovela na TV Globo na década de 90.

Pingo, para nós futeboleiros ou Aníbal Machado para nós leitores, também deixou como herança para suas 6 filhas a paixão pelo galo mineiro. E uma delas em especial também foi uma craque nos gramados da literatura. Maria Clara Machado foi a camisa 10 da literatura infantil.  

Bem amigos, quem vai continuar dizendo que futebol e literatura são duas coisas que não se misturam? Estão tão misturadas como nosso tradicional arroz com feijão. E essa mistura perdurará enquanto houver corações literários apaixonados por futebol ou vise versa.

“Atlético…
gostamos muito de vocêêê
A alegria de viver…
quando te vemos a vencer…

entidade…
venerada por milhõõões…
contagiando multidões…
de gerações a geraçõõões…

Sentimento…
de amor sincero ao alvinegro…
das alterosas sou mineiro…
minas gerais nosso TERREIRO…”

Hino do Clube Atlético Mineiro

Nós somos do Clube Atlético Mineiro
Jogamos com muita raça e amor
Vibramos com alegria nas vitórias
Clube Atlético Mineiro
Galo Forte Vingador.

Vencer, Vencer, Vencer
Este é o nosso ideal
Honramos o nome de Minas
No cenário esportivo mundial

Lutar, Lutar, Lutar
Pelos gramados do mundo pra vencer
Clube Atlético Mineiro
Uma vez até morrer

“Nós somos Campeões do Gelo
O nosso time é imortal
Nós somos Campeões dos Campeões
Somos o orgulho do esporte nacional

Lutar, Lutar, Lutar
Com toda nossa raça pra vencer
Clube Atlético Mineiro
Uma vez até morrer.”

Como nasceu o projeto: