Literatura e Futebol - Esporte Clube Bahia - Recicla Leitores

publicado em:8/04/19 12:23 AM por: Alex Woelbert Alex WölbertLiteratura e Futebol

Estamos próximos da abertura do brasileirão 2019 e gostaria de saber se você é como a maioria dos brasileiros, apaixonado por futebol, ou é daqueles que não está nem aí para time nenhum. É daqueles que quando te perguntam qual o seu time você mais que depressa responde:  “-Sou Brasil”.

Independentemente de você ser ou não um apaixonado, vou te provar através de várias publicações, cada uma relacionada à um time da série A que disputará o brasileiro desse ano, que futebol combina sim com literatura. E hoje é dia de falar do esquadrão de aço, do tricolor baiano, do querido Clube Athletico Paranaense.

O Esporte Clube Bahia nasceu em 8 de dezembro de 1930, dia de Nossa Senhora da Conceição da Praia, onde 4 ex-jogadores do Clube Baiano de tênis e um outro da Associação atlética da Bahia se encontraram em um cabaré em Salvador. Os cinco atletas discutiram a formação de um novo time de futebol, pois a agremiação esportiva que participavam resolveu extinguir o esporte favorito deles. É claro que estou falando de futebol. Então marcaram uma reunião para daqui a 4 dias para definir o rumo do novo clube.

Compareceram 70 pessoas, da grande maioria atletas da Associação Atlética da Bahia. Naquela reunião foi definido até que o novo time teria as cores da bandeira deo estado.  

E finalmente o Esporte Clube Bahia foi fundado em 1 de janeiro de 1931 com a presença de muita gente importante de Salvador naquela casa de número 57 da Rua Carlos Gomes.  

A primeira partida oficial foi em primeiro de março do mesmo ano contra o Ypiranga. 2 a 0 para o Bahia com gols de Bayma e Guarany. Quem marcou o segundo gol do jogo? O Guarany, que também é o nome da principal obra de Carlos Gomes, que é o nome da rua da fundação do clube. Uma ótima coincidência, não acham?

Conhecido como esquadrão de aço, o Esporte Clube Bahia ganhou em 1979, um super presente de Ziraldo, cartunista, escritor e autor do livro “O Menino Maluquinho”, referência na literatura infantil.  O cartunista foi responsável pelos traços do “homem de aço”, mascote do clube.  

E foi também de um pioneiro no teatro infantil que nasceu o hino do clube. Adroaldo Ribeiro Costa, foi jornalista, teatrólogo, escritor, professor e músico. Ele foi procurado em 1946, por um grupo de torcedores que queriam um canto para torcida. No dia seguinte já começou a trabalhar. Como a torcida não era grande na época, ele queria compensar a inferioridade numérica em emoção e vibração e assim surgia o hino do tricolor baiano. Adroaldo, transferiu todos os direitos autorais do hino para o clube e pediu para não ser revelada a autoria da música, pois queria que fosse considerado um canto espontâneo da torcida. Muito tempo depois foi revelado o autor da belíssima canção. E Adroaldo, chegou a ser procurado por outros clubes para compor seus hinos, mas negou dizendo que não saberia fazer aquilo que não sentia.

Realmente, o hino é considerado uma obra prima e foi incorporado ao repertório tropicalista de um outro torcedor ilustre do Bahia, Caetano Veloso, que trouxe a belíssima canção na célebre apresentação que fez com Gilberto Gil no Teatro Carlos Gomes nos dias 20 e 21 de julho de 1969. Era a despedida dos dois para o exílio na Inglaterra por conta da ditadura militar. Esse show histórico virou um LP lançado 3 anos depois chamado “Barra 69”. Centenas de vozes em coro em uma só voz cantaram o hino do Bahia que entrou não só para história do clube, mas para própria história do Brasil.  

Caetano Veloso e Gilberto Gil são dois gênios da literatura e da música apaixonados pelo tricolor baiano.

Bem amigos, quem vai continuar dizendo que futebol e literatura são duas coisas que não se misturam? Estão tão misturadas como nosso tradicional arroz com feijão. E essa mistura perdurará enquanto houver corações literários apaixonados por futebol ou vise versa

“Bahia, estaremos contigo
Tu és minha paixão
Não importa o que digam
Sempre estarei contigo
Meu manto tricolor
E no peito, o esquadrão
Pituaço me espera
Pra começar a festa
Xalaiá-xalalaiá
Vamos subir, esquadrão”

Hino do Esporte Clube Bahia

“Somos a turma tricolor
Somos a voz do campeão
Somos do povo um clamor
Ninguém nos vence em vibração

Vamos avante esquadrão
Vamos serás um vencedor
Vamos conquistar mais um tento
BAHIA, BAHIA, BAHIA!
Ouve esta voz que é teu alento
BAHIA, BAHIA, BAHIA!

Mais um, mais um Bahia
Mais um mais um título de glória
Mais um, mais um Bahia
É assim que se resume a sua história”



A última modificação foi feita em:abril 10th, 2019 as 8:12 pm


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Nascido lá do outro lado da poça no bairro da Penha. Criança começou a se interessar por tecnologia e quando não dava curto na casa dos pais, ajudava a vizinhança e familiares consertando um rádio aqui uma TV ali. casou-se com a guerreira niteroiense Aline Lucas e mudou-se de mala e cuia para São Gonçalo com a sua filha Victoria. Apaixonado por história, ação social e principalmente pela cidade de São Gonçalo, começou a escrever crônicas para diversas mídias. Hoje divide seu tempo entre Tecnologia da Informação e o Projeto Recicla Leitores (www.reciclaleitores.com.br), um projeto de incentivo a leitura que toca junto com a sua família. Alex Wölbert também fez parte do grupo de colunistas que escreveram sobre Patrimônio Leste Fluminense para o Jornal Extra - Mais São Gonçalo