Estamos próximos da abertura do brasileirão 2019 e gostaria de saber se você é como a maioria dos brasileiros, apaixonado por futebol, ou é daqueles que não está nem aí para time nenhum. É daqueles que quando te perguntam qual o seu time você mais que depressa responde: “-Sou Brasil”.
Independentemente de você ser ou não um apaixonado, vou te provar através de várias publicações, cada uma relacionada à um time da série A que disputará o brasileiro desse ano, que futebol combina sim com literatura. E hoje é dia de falar do esquadrão de aço, do tricolor baiano, do querido Clube Athletico Paranaense.
O Esporte Clube Bahia nasceu em 8 de dezembro de 1930, dia de Nossa Senhora da Conceição da Praia, onde 4 ex-jogadores do Clube Baiano de tênis e um outro da Associação atlética da Bahia se encontraram em um cabaré em Salvador. Os cinco atletas discutiram a formação de um novo time de futebol, pois a agremiação esportiva que participavam resolveu extinguir o esporte favorito deles. É claro que estou falando de futebol. Então marcaram uma reunião para daqui a 4 dias para definir o rumo do novo clube.
Compareceram 70 pessoas, da grande maioria atletas da Associação Atlética da Bahia. Naquela reunião foi definido até que o novo time teria as cores da bandeira deo estado.
E finalmente o Esporte Clube Bahia foi fundado em 1 de janeiro de 1931 com a presença de muita gente importante de Salvador naquela casa de número 57 da Rua Carlos Gomes.
A primeira partida oficial foi em primeiro de março do mesmo ano contra o Ypiranga. 2 a 0 para o Bahia com gols de Bayma e Guarany. Quem marcou o segundo gol do jogo? O Guarany, que também é o nome da principal obra de Carlos Gomes, que é o nome da rua da fundação do clube. Uma ótima coincidência, não acham?
Conhecido como esquadrão de aço, o Esporte Clube Bahia ganhou em 1979, um super presente de Ziraldo, cartunista, escritor e autor do livro “O Menino Maluquinho”, referência na literatura infantil. O cartunista foi responsável pelos traços do “homem de aço”, mascote do clube.
E foi também de um pioneiro no teatro infantil que nasceu o hino do clube. Adroaldo Ribeiro Costa, foi jornalista, teatrólogo, escritor, professor e músico. Ele foi procurado em 1946, por um grupo de torcedores que queriam um canto para torcida. No dia seguinte já começou a trabalhar. Como a torcida não era grande na época, ele queria compensar a inferioridade numérica em emoção e vibração e assim surgia o hino do tricolor baiano. Adroaldo, transferiu todos os direitos autorais do hino para o clube e pediu para não ser revelada a autoria da música, pois queria que fosse considerado um canto espontâneo da torcida. Muito tempo depois foi revelado o autor da belíssima canção. E Adroaldo, chegou a ser procurado por outros clubes para compor seus hinos, mas negou dizendo que não saberia fazer aquilo que não sentia.
Realmente, o hino é considerado uma obra prima e foi incorporado ao repertório tropicalista de um outro torcedor ilustre do Bahia, Caetano Veloso, que trouxe a belíssima canção na célebre apresentação que fez com Gilberto Gil no Teatro Carlos Gomes nos dias 20 e 21 de julho de 1969. Era a despedida dos dois para o exílio na Inglaterra por conta da ditadura militar. Esse show histórico virou um LP lançado 3 anos depois chamado “Barra 69”. Centenas de vozes em coro em uma só voz cantaram o hino do Bahia que entrou não só para história do clube, mas para própria história do Brasil.
Caetano Veloso e Gilberto Gil são dois gênios da literatura e da música apaixonados pelo tricolor baiano.
Bem amigos, quem vai continuar dizendo que futebol e literatura são duas coisas que não se misturam? Estão tão misturadas como nosso tradicional arroz com feijão. E essa mistura perdurará enquanto houver corações literários apaixonados por futebol ou vise versa