Livros de Bolso - Recicla Leitores
Na onda dos Best Sellers e trilogias é muito comum que o escritor tenha vontade de acrescentar enredos e sub-enredos em sua obra, para transformá-la em um conteúdo mais amplo em três partes ou até mesmo em uma série. Isso tem acontecido comigo, quando publiquei “Alecognição”, há quase dois anos e agora, que estou escrevendo séries de livros infantis.
“Alecognição”, na verdade, foi uma forma de não esteriotipar os romances de suspense que eu já tinha quase prontos. Decidi reunir as 23 melhores delas e transformá-las em episódios para um só personagem e seus núcleos. Os temas são bem variados e fogem dos padrões repetitivos e cansativos.
Um detalhe importante é analisar se os dois enredos não podem ser mesclados em uma história só. Isso tornaria a história mais interessante. Um herói com um conflito paralelo ou então, um coadjuvante com um conflito importante para o fechamento da obra. Isso dependerá da disposição do autor. No meu caso, os temas eram distintos demais para unir em apenas um livro.
Se a sua obra for grande demais e passar de quinhentas páginas, faça uma nova revisão e organização de capítulos e divida-a em duas partes. Será mais fácil para investir e comercializar. Agora se a obra ficar curta demais, você pode reunir junto com outras crônicas e lançar em uma coletânea. E se por acaso, ficar no meio termo, com vinte laudas? Aí nesse caso, recomendo em formato de LIVRO DE BOLSO.
Alguns escritores têm certo preconceito em publicar livros nesse formato. Outros também julgam como obra preguiçosa e de pouco aprofundamento e interesse do escritor. Seja como for, os livros de bolso estão longe de serem julgados de forma pejorativa. Os ‘minute book’ (como são conhecidos lá fora) são muito respeitados e facilmente comercializados nas gôndolas de bancas de jornais, nas lojas de conveniência, nas estações ferroviárias, nas rodoviárias, em aeroportos e é claro, nas livrarias. Por apresentarem uma história mais curta (no máximo, duas horas de leitura) e serem fáceis e práticos de transportar, são muito mais aceitos em filas e viagens.
Para que um romance tenha o tamanho e o corpo de um livro A5 (14×21 cm), ele precisará ter no mínimo 70 páginas, para que ele possa ter lombada e ficar parado em pé. Se ele tiver menos do que isso, ficará em grampo canoa e se tornará um encarte. Ou então, diminua o tamanho das páginas (12×18 cm).
O best seller “Quem Mexeu no Meu Queijo?” do psicólogo Spencer Johnson é uma crônica muito popular, também publicada em formato de bolso, mundialmente conhecida. Outro livro de bolso que vendeu muito exatamente pela simplicidade e praticidade foi “Mensagem a Garcia”, do filósofo Elbert Hubbard, que narra uma curta e reflexiva jornada do soldado que leva a mensagem do presidente estadunidense McKinley ao general Calixto Garcia Íñiguez, líder das forças rebeldes cubanas durante a Guerra Hispano-Americana. A lição principal que a história deixa é “Cumprir eficazmente uma missão, por mais difícil ou impossível que possa parecer”. O livrinho foi amplamente comprado por indústrias e pelos exércitos em dezenas de países e distribuído aos funcionários, fazendo um sucesso instantâneo.
Livros grossos e em séries servem para apresentar e sustentar um universo particular do autor e livros de bolso são para apresentar uma lição prática e eficaz. Ambos têm o seu valor especial e devem ser apreciados e respeitados.