Machado de Assis e sua reflexão sobre Dom Casmurro - Recicla Leitores

publicado em:17/07/23 8:49 PM por: Alex Woelbert Alex Wölbert

Machado de Assis e sua reflexão sobre Dom Casmurro. Ou melhor, a minha reflexão.

Desde pequeno, sempre fui um garoto introspectivo e observador, cercado pelas sombras da minha casa. Cresci na pacata cidade do Rio de Janeiro, no século XIX, e desde cedo já se manifestavam em mim as sementes do meu caráter casmurro. Contudo, apesar disso, tive a sorte de conhecer minha grande paixão, Capitu, uma jovem de olhos de ressaca, que rapidamente conquistou meu coração.

Com o tempo, Capitu e eu nos tornamos inseparáveis, e nossa amizade se transformou em um amor ardente. Juntos, compartilhamos sonhos e esperanças, até que chegou o momento de enfrentar o maior desafio de nossas vidas: a distância. Fui enviado ao seminário, onde deveria me tornar padre, mas esse destino não estava de acordo com meus verdadeiros desejos.

Ao retornar à cidade, Capitu e eu nos reencontramos, e nossos sentimentos ressurgiram com toda a força. Decidimos nos casar e construir uma vida juntos, mas logo surgiram dúvidas em minha mente atormentada. Eu comecei a suspeitar da fidelidade de Capitu, enxergando supostas evidências de traição em sua conduta e nos olhares que trocava com meu amigo Escobar.

Assolado pela dúvida, passei a questionar a paternidade de meu filho, Ezequiel, que tinha uma estranha semelhança com o tal amigo. A angústia me consumia, e minha mente tornou-se um verdadeiro labirinto de incertezas. Enquanto isso, Capitu, com toda sua serenidade, tentava desfazer as suspeitas infundadas, mas eu permaneci irredutível em minha desconfiança.

Meu casamento desmoronou, e a sombra do ciúme me dominou por completo. Vivi uma vida solitária, afastado de Capitu e de meu filho, consumido pelo ressentimento e pela amargura. Aos poucos, compreendi o peso de minhas decisões e a influência de minhas próprias atitudes em meu destino.

E assim, meu amigo, chego ao fim deste resumo de minha história como Dom Casmurro. O livro é uma narrativa em primeira pessoa, na qual expresso minha tristeza e arrependimento pelas escolhas que fiz. A dúvida persiste até o último suspiro, e a incerteza quanto à traição de Capitu permanece como um dos grandes mistérios da minha vida.

Que a minha narrativa possa lhe trazer reflexões sobre o amor, o ciúme e a própria natureza humana. Afinal, em meio às minhas angústias, descobri que a realidade pode ser um mero reflexo de nossos próprios tormentos interiores.

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Machado de Assis é fundador da ABL e ocupou a cadeira de número 23 da Academia Brasileira de Letras. [Clique Aqui]

Machado de Assis e sua reflexão sobre Dom Casmurro.



A última modificação foi feita em:julho 19th, 2023 as 6:35 pm


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Nascido lá do outro lado da poça no bairro da Penha. Criança começou a se interessar por tecnologia e quando não dava curto na casa dos pais, ajudava a vizinhança e familiares consertando um rádio aqui uma TV ali. casou-se com a guerreira niteroiense Aline Lucas e mudou-se de mala e cuia para São Gonçalo com a sua filha Victoria. Apaixonado por história, ação social e principalmente pela cidade de São Gonçalo, começou a escrever crônicas para diversas mídias. Hoje divide seu tempo entre Tecnologia da Informação e o Projeto Recicla Leitores (www.reciclaleitores.com.br), um projeto de incentivo a leitura que toca junto com a sua família. Alex Wölbert também fez parte do grupo de colunistas que escreveram sobre Patrimônio Leste Fluminense para o Jornal Extra - Mais São Gonçalo